Ninguém vem apenas pelo amor

“Se não vem pelo amor, vem pela dor”. Esse é um ditado muito conhecido no meio cristão, e muitas pessoas o usam para fazer referência a sua própria experiência com Deus. Embora tivessem muitas oportunidades de se entregarem ao Senhor, só o fizeram em meio à dor e sofrimento. E é exatamente isso que a referida expressão quer comunicar: se alguém não corresponde espontaneamente ao amor de Deus, corresponderá quando passar pela dor.
Mas, ao longo do tempo, vi que essa frase contém um erro grave, pois à luz das Escrituras, conforme as palavras de Jesus, ninguém vai a Ele por amor, apenas pela dor. Ou seja, somente em meio à dor enxergamos o tamanho do Seu amor e somos atraídos a ele. Afinal, foi isso que Jesus disse: “Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes” (Mt. 9:12; Mc. 2:17; Lc. 31).
Segundo essa passagem, somente os que enfrentam dor vão até Jesus. Certamente Jesus não está se referindo à dor física, pois há muitos que sofrem por ela, mas não vão até Jesus. Tampouco Ele está falando da dor sentimental, como aquela que surge da frustração amorosa. Essas dores não são suficientes para que possamos enxergar o amor de Deus. Só enxergamos o tamanho do amor de Deus quando sentimos a dor do pecado, a tristeza por vivermos fora da vontade de Deus, e o quanto não merecemos perdão algum. Foi isso que Jesus disse: “eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” (Mc. 2:17).
Hoje há multidões que aderem ao Cristianismo, sem experimentarem a dor do pecado, sem convicção de como são merecedoras de morte e castigo eterno. São pessoas que aderem às doutrinas cristãs, sem se converterem de fato, pois a conversão pressupõe arrependimento de um estilo de vida sem Deus. Tal “conversão” trata-se de adesão intelectual à teologia cristã, mas não de conversão a Cristo. E, portanto, tais “cristãos” não são capazes de amar a Deus, pois só o amamos quando temos clara visão de que não merecemos o amor dEle por nós. Afinal, foi Ele que nos amou primeiro (I Jo. 4:19).
Meu desejo e oração são para que Deus opere nos corações de todos aqueles que se declaram cristãos uma profunda convicção de pecado. Pois só assim poderemos enxergar o tamanho do amor de Deus e seu perdão, e poderemos correspondê-lo, amando o Senhor nosso Deus de todo o coração, toda alma, toda força e todo entendimento. Esse é o maior dos mandamentos.
(Texto de Anderson Paz – http://conexaoeclesia.com/)

1 comentários:

Tenho uma pergunta sobre o seguinte trexo:
"Hoje há multidões que aderem ao Cristianismo, sem experimentarem a dor do pecado, sem convicção de como são merecedoras de morte e castigo eterno. São pessoas que aderem às doutrinas cristãs, sem se converterem de fato, pois a conversão pressupõe arrependimento de um estilo de vida sem Deus. Tal “conversão” trata-se de adesão intelectual à teologia cristã, mas não de conversão a Cristo. E, portanto, tais “cristãos” não são capazes de amar a Deus, pois só o amamos quando temos clara visão de que não merecemos o amor dEle por nós. Afinal, foi Ele que nos amou primeiro (I Jo. 4:19)."

E como uma pessoa nascida em um lar Cristão, que cresceu ouvindo os ensinamentos do evangelho e que ao sair da idade infantil, resolve aceitar a Jesus e se converter ao evangelho graças a sua adesão intelectual à teologia cristã? Quer dizer que ela não aceitou a Cristo de verdade por não ter vivido essa vida sem Deus?

7 de dezembro de 2013 às 20:52 comment-delete

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